Context Engineering: fundamentos para agentes de IA confiáveis
- Gilmar Pupo
- 22 de set.
- 2 min de leitura
Ao colocar um agente de IA em produção, rapidamente fica evidente que o desempenho não depende apenas do modelo em si. O fator decisivo está no contexto que o agente recebe. É esse insumo que define se a resposta será precisa ou se haverá alucinação, omissão ou perda de relevância.
Nesse cenário, surge o Context Engineering como disciplina complementar ao prompt engineering. Se o prompt trata de como formular uma instrução, o context engineering trata de o que a IA irá efetivamente considerar no raciocínio. Em outras palavras: é o processo de selecionar, estruturar e otimizar o fluxo de informações apresentadas ao modelo.
Princípios do Context Engineering
Um agente efetivo exige três garantias:
As informações certas: somente dados relevantes e atualizados.
No formato certo: estruturados de forma compatível com a entrada do modelo.
No momento certo: transmitidos de forma dinâmica, conforme a necessidade da interação.
Principais técnicas aplicadas
Diversas abordagens podem ser combinadas para atingir esse objetivo. Entre as mais utilizadas na prática:
Seleção inteligente de informaçõesFiltrar histórico, regras de negócio e dados do usuário, evitando sobrecarga cognitiva do modelo.
Organização hierárquicaEstabelecer camadas de informação. Conteúdos críticos permanecem íntegros, enquanto elementos secundários são resumidos.
Memória com curto e longo prazoAdotar mecanismos que diferenciam entre informações contextuais da sessão atual e registros persistentes de interações anteriores.
RAG (Retrieval-Augmented Generation)Recuperar informações externas em tempo real por meio de consultas a bases de dados ou vetores semânticos.
Redução de ruído e compressão de contextoMinimizar redundâncias, eliminar informações irrelevantes e utilizar técnicas de compressão textual para otimizar o prompt window.
Exemplo prático: resumos estratégicos
Um caso comum ocorre em atendimentos longos. Repassar todo o histórico ao modelo é ineficiente e tende a gerar resultados piores. A solução adotada é criar resumos incrementais, que preservam pontos essenciais da conversa — objetivos do usuário, decisões tomadas, exceções detectadas — sem incluir trechos redundantes.
Essa técnica reduz consumo de tokens, evita perda de foco e mantém consistência nas respostas, aumentando a precisão do agente em cenários de múltiplas interações.
Projetar agentes robustos exige mais do que bons modelos ou prompts bem escritos. Context Engineering é a camada de infraestrutura cognitiva que garante que a IA trabalhe com dados corretos, estruturados e disponíveis na hora certa.
Em ambientes de produção, onde cada detalhe importa, investir nessa disciplina é o que transforma um agente que apenas conversa em um agente que de fato resolve problemas.



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